sábado, 9 de julho de 2011

Fim da PLC 122 foi jogada política: Confira as táticas pró-gays para que projeto seja aprovado


O que pareceu ser uma vitória evangélica contra a PLC 122, chamada de mordaça gay, não passou de uma manobra política para manter a proposta viva não apenas no Senado, mas onde quer que ela possa ser aprovada. Após reunião com os senadores Magno Malta (PR-ES) e Walter Pinheiro (PT-BA) e o deputado Gilmar Machado (PT/MG), a senadora Marta Suplicy afirmou que encerrou o projeto de lei 122 de 2006 que visava criminalizar a homofobia e recebia forte rejeição da ala conservadora de Brasília. O motivo seria porque o projeto não tinha mais chances de ser aprovado no Senado em nenhuma votação devido ao fato de já estar “demonizado” pelos cristãos do Brasil.





Apesar das comemorações de evangélicos e opositores a agenda gay no Brasil, a alegria não durou muito. Foi anunciado que diversas manobras políticas estão acontecendo ao mesmo tempo, todas com o objetivo idêntico: aprovar o conteúdo da PLC 122, mesmo que não seja exatamente com esse nome. Dentre as idéias existem apoios de deputados e senadores evangélicos.




A Senadora Marta Suplicy, relatora da última versão da PLC 122, anunciou que irá fazer um novo projeto com o mesmo foco do anterior. Apesar do anúncio do fim da PLC 122 ter acontecido nos últimos dias, a intenção do fim e a criação do novo projeto já tinham sido preparado pela Senadora e lideranças gays semanas antes, como conta a própria integrante do PT: “Em proposta minha, e já acordada há algumas semanas, com Toni Reis, presidente da ABGLT, e os senadores Marcelo Crivella e Demóstenes Torres (DEM-GO), chegamos à conclusão que devido à demonização do PLC 122 deveríamos apresentar um novo projeto de lei, mantendo as principais diretrizes no combate à homofobia”, disse a Senadora que frisou a participação do Senador evangélico Marcelo Crivella (PRB-RJ), integrante da Frente Parlamentar Evangélica e da Igreja Universal do Reino de Deus, na tática e no novo projeto. Crivella, assim como seu partido e igreja, são apoiadores do PT de Marta Suplicy.




Apesar do anúncio da petista, o Senador Demóstenes Torres anunciou que também apresentará um projeto parecido a PLC 122, este visaria contemplar as reividicações gays e de várias vertentes evangélicas ao mesmo tempo. “Ainda que esta não seja a alternativa mais adequada, o PLC 122 já foi demonizado. Acima de tudo, queremos um projeto que combata a violência e criminalize a homofobia”, afirmou o presidente da ABGLT, Toni Reis, em apoio a proposta do Senador Demóstenes.




Além dos dois projetos, os defensores gays ainda trabalham com outras frentes para conseguir a aprovação do projeto. Uma das idéias é apoiar a PL 6418/2005, do Senador Paulo Paim, que visa classificar como inafiançáveis e imprescritíveis crimes de discriminação no mercado de trabalho, de injúria resultante de preconceito e de apologia ao racismo. A idéia seria poder incluir a homofobia dentre as formas de preconceito descritos no projeto. Esta PL tem o apoio da bancada evangélica. A outra frente que a liderança gay e a Senadora Marta Suplicy anunciaram é levar a questão tratada na PLC 122 ao STF, aproveitando as recentes decisões pró-gays definidas pelos ministros do Supremo.




Além dessas ações para aprovar a proposta, apesar do pronunciamento de Marta Suplicy e Magno Malta a PLC 122 não está oficialmente encerrada. O anúncio aconteceu a cerca de cinco dias, mas segundo o Senado até o fechamento desta matéria o projeto não foi arquivado pela senadora.




Fonte: Gospel+

sexta-feira, 8 de julho de 2011

Pastor Marco Feliciano comenta ataques de deputados pró-gays que afirmaram que a Bíblia é um mito


O pastor e deputado federal Marco Feliciano comentou sobre o vídeo divulgado pela Frente Evangélica Nacional de Ação Social e Política (FENASP) que mostra alguns políticos pró-gays comentando sobre os parlamentares evangélicos, sobre a Marcha para Jesus e dizendo que a Bíblia é um mito.



O pastor que assistiu ao vídeo diz que para ele o conteúdo divulgado é “medíocre, simplista, difamatório, cheio de ódio e cheio de eclesiofobia”. Na reunião que foi filmada o deputado federal Jean Wyllys, o deputado distrital Professor Israel e a deputada federal Érika Kokay conversam sobre vários assuntos.


“O termo homofobia foi criado e adaptado, na verdade ele refere-se ao ‘medo de homem’, mas adaptaram para ‘ódio a homossexuais’. Portanto só pode ser punido por um crime com esse nome, aqueles que exercem o ódio até as vias de fato aos homossexuais, ou seja, aqueles que agridem e praticam a violência contra eles.” Diz o pastor da Catedral do Avivamento.


O pastor diz que recebe essas mensagens, mas usa “a maior arma” que ele possui contra elas: o silêncio e evita responder a essas ofensas. “Uso a maior de todas as armas que tenho, o silêncio, que somado a paciência e a oração, me fazem sentir pena desses seres humanos, ao invés de ódio.”


O conteúdo dessas mensagens e também do próprio vídeo pode ser caracterizado como calúnia e difamação, mas Feliciano não pretende entrar com ações judiciais. “Do ponto de vista legal, toda difamação pode ser punida. Mas nossa bancada é composta por homens e mulheres de Deus, que conhecem a Bíblia, e nela esta a promessa de perseguições por defendermos nossa fé, portanto apenas oramos, afinal estão cegos pelo príncipe desse mundo, e conclamo em nome de todos os Parlamentares Cristãos que o povo de Deus ore por nós em nome de Jesus.”


O pastor já se posicionou contra a aprovação do Projeto de Lei 122 e também foi um dos parlamentares que se levantou para impedir que o Kit anti-homofobia elaborado pelo Ministério da Educação chegasse às escolas públicas. Mas, ao contrário do que se imagina, o pastor não é a favor da violência e diz que como deputado vai trabalhar para punir todo tipo de violência, inclusive a violência contra homossexuais.



“Apoio qualquer projeto que venha punir a violência, seja ela praticada contra quem for, e isso inclui esse grupo”, encerra o pastor.


Corrigido e adaptado de Gospelprime

segunda-feira, 4 de julho de 2011

Site diz que fiéis que não pagarem o dízimo na Igreja Universal terão o nome incluido no SPC/Serasa; Bispo Edir Macedo responde


O Bispo Edir Macedo publicou uma postagem em seu blog nesta segunda-feira, 27, para desmentir algumas notícias que diziam que o fiel que não pagar o dízimo da Igreja Universal do Reino de Deus terá o nome incluído no sistema do SPC/Serasa. O que o líder da IURD não entendeu é que essa notícia foi originalmente publicada no site G17 que publica informações falsas como “humor”.
Macedo diz então que a matéria é mentirosa e explica os motivos pelos quais seria impossível inserir o nome dos fiéis no cadastro de serviço de proteção ao crédito (SPC). “Os dízimos e as ofertas são bíblicos e a Igreja Universal não impõe ou obriga as pessoas a fazerem suas doações,” escreve Macedo em nome da direção da IURD.
Ainda de acordo com o Bispo os membros da igreja não são obrigados a entregar o dízimo e as ofertas. “Tudo é feito por mera liberalidade do fiel, por sua livre e espontânea vontade, de modo que a Igreja sequer tem controle de se realmente o fiel fez alguma oferta ou não, uma vez que os envelopes, onde são entregues os dízimos e as ofertas, não têm identificação de quem está doando, tampouco do valor que se supõe que tenha sido depositado em seu interior pelo fiel.”
Por não ter esse controle e por ser algo totalmente pessoal do fiel é que a IURD não tem como colocar o nome do fiel no cadastro do SPC/Serasa. O texto ainda diz que o departamento jurídico entrará em contato com os donos dessas mídias que divulgaram essa informação falsa.

Sobre o G17

O site G17 tem o layout idêntico ao portal G1 das Organizações Globo, a diferença está no conteúdo, a redação do G17 inventa notícias sem fundamento com o intuito de fazer humor, entre as matérias inventadas estão: “Cabral venderá o Cristo Redentor para pagar dívidas”, “São Paulo pede anulação do jogo por suspeita de bola falsa”.
Mas como na internet as noticias são rapidamente copiadas, a IURD não conseguiu identificar qual o site que publicou essa inverdade primeiro, alguns blogs chegam a citar um jornal da cidade de Sorocaba como fonte deste texto.

A notícia

“Quem Não Pagar Dízimo à Igreja Universal ficará com nome sujo
Os Bispos da Igreja Universal do Reino De Deus (IURD), presidida por Edir Macedo, decidiram que a instituição vai cadastrar no SPC/Serasa os fieis que ficaram com o pagamento do dízimo em atraso, na tentativa de diminuir a “inadimplência”.
Quem já deve à IURD e quer evitar entrar na lista negra do comércio, pode entrar em contato com o departamento de finanças da igreja para renegociar a dívida.
É possível parcelar os valores com a utilização de cartão de crédito ou débito, a taxa de juros é de 72% ao mês.
A direção da igreja não informou o número de devedores, mas se estima que os maus pagadores estão causando um prejuízo mensal de quase R$ 1 bilhão. Além de ficar com o nome sujo, os fieis inadimplentes podem ter de pagar multa e ter contrato rescindido se trocarem a Universal por outra Igreja.”
Fonte: Gospelprime

quarta-feira, 29 de junho de 2011

Fiéis decretam Silas Malafaia como candidato a presidente do Brasil em 2014; Pastor ironiza



O pastor Silas Malafaia disse durante a Marcha para Jesus que não planeja se candidatar à presidência da República. A informação se deu por conta de um cartaz erguido por algumas pessoas durante o evento do dia 23 de junho em São Paulo pedindo a candidatura do líder da Assembleia de Deus Vitória em Cristo.
Malafaia fez o percurso da Marcha para Jesus no trio elétrico principal onde estavam o apóstolo Estevam Hernandes e outras personalidades políticas e religiosas. Quando o pastor da Advec viu o cartaz solicitou que as pessoas guardassem aquela faixa.
Mas tarde esse assunto surgiu ente os jornalistas e Malafaia foi questionado sobre a possível candidatura. “Esta pessoa tem que fazer Zorra Total, show do Tom. É uma piada. O pastor que entra na política deixa de atender o todo para ser parte,” respondeu.

sexta-feira, 24 de junho de 2011

Apresentador Ratinho elogia o trabalho da cantora gospel Eliã Oliveira


No último final de semana a cantora Eliã Oliveira da gravadora Patmos Music esteve presente no templo sede da Assembleia de Deus em Curitiba (PR). Presidida pelo pastor Wagner Gaby, o evento foi realizado para comemorar o Centenário das Assembleias de Deus no Brasil.


Durante a programação também foi realizado o lançamento do novo trabalho de Eliã, o CD Trajetória de um Fiel. Madalena Pimentel, gerente da Loja CPAD em Curitiba (PR), vibrou com a participação da cantora. “Foi muito bom! Ela encantou a todos, adorando ao Senhor. Ela prega cantando”, lembra Madalena.

O deputado federal Fernando Francischini, que é membro da igreja, também marcou presença acompanhado do apresentador do Programa do Ratinho, Carlos Massa. Ontem à noite, 20/06/2011, ele mostrou o CD Trajetória de um Fiel ao vivo e ainda falou sobre a cantora Eliã Oliveira.


“Deus é Fiel! Verdadeiramente Ele trabalha para aqueles que Nele esperam”, comemora Geziel Damasceno, gerente da gravadora.


Com quase 30 anos de carreira, vigésimo trabalho fonográfico gravado e dois discos de ouro, Eliã conta que a escolha do repertório para esse CD durou pouco mais de um ano. Produzido por Kleyton Martins Trajetória de um Fiel inclui 10 canções (sendo seis assinadas pela cantora) no melhor do gênero pentecostal.


Uma das características marcantes dos hinos é o conteúdo das letras. “É como se mergulhássemos dentro da Bíblia, na história daqueles que inspiram nossas vidas”, declara Geziel entusiasmado. Não é diferente, com a faixa 2, que dá título ao CD. Segundo Eliã, é impossível não se identificar com a letra que conta a história de José, o que ele viveu e como foi exaltado como é a vida cristã ‘com lutas, mas certos da vitória’.


Por Gláucia Montes


Fonte: Assessoria de Imprensa CPAD




quinta-feira, 23 de junho de 2011

Neopentecostalismo: Um desserviço ao evangelho


Diversos movimentos pentecostais têm surgido ao longo dos anos. Portanto, é preciso saber distinguir o verdadeiro do falso pentecostalismo. O conhecido movimento denominado neopentecostal surgiu nos meados do século XX. O neopentecostalismo se propôs a dinamizar as práticas litúrgicas, a cristologia, a eclesiologia e a prática hermenêutica. No que diz respeito à prática litúrgica, o neopentecostalismo apresenta um problema dos mais graves. Em seus cultos, as campanhas de cura, prosperidade material, saúde e revelação têm proeminência. A preocupação maior não é a glória de Deus, mas as necessidades humanas focadas por uma ótica hedonista.
O slogan das igrejas neopentecostais é: “Você nasceu para vencer”. É uma frase elegante e até estimula nossa vida diária, mas está teologicamente errada. Nós não nascemos para vencer. Nascemos para servir e glorificar a Deus. Nascemos para viver com Deus e para Deus. O alvo da nossa vida como servos do Senhor, deve ser Deus e não nós mesmos, e não nossos projetos pessoais. O crente verdadeiro tem um único projeto: glorificar a Deus em sua vida com sofrimento ou sem sofrimento, com revezes ou sem revezes. Os mártires da igreja se viam a si mesmos como secundários e Deus como o prioritário, por isso glorificaram a Deus em seus sofrimentos. Nos cultos neopentecostais o homem é o foco, é a causa e a razão. O homem é o centro do culto e Deus torna-se servo. A liturgia neopentecostal toma uma direção totalmente horizontal. Um slogan bastante usado pelos líderes neopentecostais é: “Aqui o milagre é coisa natural”. Ora, se é natural não é milagre. Ademais, esses líderes esquecem que o culto deve expressar a natureza espiritual da igreja e seu relacionamento com Deus.
A liturgia de um culto deve enfatizar o senhorio de Jesus e não apenas Jesus como provedor de necessidades humanas. O culto neopentecostal é pobre de Bíblia. A Bíblia não é central é periférica. As pregações são cheias de chavões positivos do tipo: “Deus tem uma vitória para você nesta noite”, “O gigante será derrotado nesse culto”, “Use a fé e prospere”. Enfim, é uma epidemia de confissões positiva e pouquíssima Bíblia. Dificilmente se ouvirá uma mensagem sobre perdão de pecados, a necessidade de arrependimento, vida de renúncia e a volta de Jesus nos púlpitos neopentecostais.
Os sermões neopentecostais mostram um Jesus fraco e demônios fortes. Mostram um Jesus que salva, mas não tem poder para encher a vida da pessoa. Tanto isso é verdade que na visão neopentecostal o crente continua de quando em quando sendo possesso de demônios. Há uma supervalorização dos demônios chegando às raias do ridículo: “Comece a se manifestar pomba gira”, “Manifeste-se exu tranca-rua” são frases que saem da boca dos gurus neopentecostais.
O clima de um culto neopentecostal é de lavagem cerebral pela técnica de repetição de frases curtas: “Olhe para seu irmão e diga…” Não é um clima de ensino e doutrina. A técnica é de manipulação e de despersonalização. A letra dos cânticos nos cultos neopentecostais expressa uma linguagem mística, e muitas vezes esotérica, sem abordar as verdades fundamentais da teologia cristã. Os grandes temas da fé como a salvação, a cruz, a redenção e a justificação não são mencionados nos cânticos. A realidade é que se espremermos a maioria dos cânticos neopentecostais não dá uma colher de sopa de doutrina. As letras das músicas são guisados de Jacó que trazem malefícios à fé apostólica. Falam de paz e amor para elevar o ego dos ouvintes. Quanto à cristologia constata-se claramente que a pessoa de Jesus se esvanece no neopentecostalismo.
O Cristo dos neopentecostais é uma pessoa decorativa, é uma pálida caricatura do Cristo do Novo Testamento, pois o nome de Jesus é mostrado como se fosse uma senha para acessar o site das maravilhas e fazer o download do milagre de que se necessita. O Jesus dos neopentecostais é mostrado não como a segunda pessoa da trindade, mas como um mágico, um talismã, um nome a manipular, um dístico. Tanto isso é verdade que a ênfase teológica do neopentecostalismo não é cristológica, mas pneumatológica, ou seja, a pessoa de Jesus é apagada e a ênfase é dada ao Espírito Santo. Para os pastores neopentecostais, Cristo é o canal para nos trazer o Espírito Santo, quando na verdade é o Espírito Santo quem nos conduz a Cristo e que desvenda a pessoa de Cristo ao fiel. Quando a cristologia é fraca a soberba do homem é grande. A palavra de João Batista “Importa que Ele cresça e que eu diminua” não encontra espaço no neopentecostalismo.
Os líderes neopentecostais se vêem como mediadores entre Deus e os homens. Sua palavra supera o valor das Escrituras. Eles disputam espaço com Cristo. Eles gritam: “Eu senti no meu coração e pronto”, ou seja, se sentiu no coração é verdade absoluta. Esquecem esses líderes que não é que nós sentimos em nosso coração, é o que a Bíblia diz. Se sentirmos de uma maneira, e a Bíblia disser de outra, nós é que estamos equivocados, e não a Bíblia.
Os crentes antigos oravam assim: “Senhor me esconde atrás da cruz de Cristo”, os líderes neopentecostais trocaram a oração por: “Senhor esconde a cruz de Cristo atrás de mim”. De acordo com as Escrituras o verdadeiro pastor pregar a obra de Jesus, mas os pastores neopentecostais completam a obra de Jesus, ou seja, Jesus só produz efeito na vida de uma pessoa através da “oração forte” que eles fizerem. Só eles têm poder sobre os demônios, só eles têm “a chave da oração forte”. Eles são o Sumo-Sacerdote e Jesus é apenas um ente espiritual. Nesse contexto, Jesus precisa ser reforçado pela “oração forte” de um guru neopentecostal. O neopentecostalismo é maléfico, pois apresenta um Evangelho descorado onde as visões e revelações estrambóticas é o referencial para o crescimento espiritual.
Enfim, o neopentecostalismo é um desserviço ao Evangelho.
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Monergismo Calvinista, via Púlpito Cristão

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Cem Anos de Fogo


Um povo composto por cerca de 15 milhões de pessoas, que se reúnem em mais de 60 mil templos espalhados por todo o Brasil. A cada domingo, é possível vê-los a caminho da casa do Senhor, seja nas grandes metrópoles do Sudeste ou nas mais isoladas comunidades ribeirinhas da Amazônia. Tanto, que se fosse um país, a Assembleia de Deus estaria entre as 60 maiores nações mais populosas do planeta. Pode-se dizer, sem medo de errar, que de cada três crentes brasileiros, um é assembleiano. Um imenso rebanho, conduzido por mais de 150 mil pastores e ministros do Evangelho. Gente de todos os tipos, com as mais diversas origens, características étnicas e padrões sociais. Tanta diversidade e disseminação geográfica, contudo, não tiram da Assembleia de Deus uma característica bem peculiar: a unidade em Cristo. Não importa o tamanho do templo ou a condição financeira da comunidade: em qualquer prédio onde haja um letreiro com as palavras “Assembleia de Deus”, seja em neon luminoso ou pintadas a mão, o visitante sabe que encontrará a pregação da genuína Palavra de Deus. E gente disposta a recebê-lo com um sonoro “a paz do Senhor, irmão!”




Tem sido assim nos últimos cem anos, desde que os pioneiros Gunnar Vingren e Daniel Berg desembarcaram em Belém do Pará imbuídos do propósito de ganhar almas para Jesus. Alicerçada nas Sagradas Escrituras e crendo no poder pentecostal, a Igreja Evangélica Assembleia de Deus (AD) alargou suas fronteiras como nenhuma outra instituição religiosa deste país, salvo a Igreja Católica Romana, que chegou ao país com quatro séculos de antecedência. Aliás, falar em pentecostalismo no Brasil é falar obrigatoriamente da Assembleia de Deus, a denominação que mais tem proclamado a obra contemporânea do Espírito Santo. De 1911 aos dias de hoje, gerações de crentes passaram por seus templos, solidificando um gigantismo que foi fundamental para elevar o país à condição de segunda maior potência evangélica mundial. Agora, às portas da comemoração do centenário, assembleianos de todos os cantos sentem-se felizes por pertencer a uma igreja que pode orgulhar-se, como nenhuma outra, de ter a cara do país.



“Todos os setores de nossa igreja estão envolvidos nas celebrações do centenário”, diz o pastor José Wellington Bezerra da Costa, presidente da Convenção Geral das Assembleias de Deus do Brasil (CGADB). A entidade, sediada no Rio de Janeiro, está à frente das comemorações, que começaram há dois anos e acontecem simultaneamente em vários pontos do país, com conferências pentecostais, congressos, cruzadas e reuniões especiais. “Estamos ainda preparando grandes festas para o ano que vem”, anuncia o dirigente. Programas especiais, lançamentos editoriais e iniciativas de resgate do passado da denominação, como o Memorial Gunnar Vingren e o Centro de Estudos do Movimento Pentecostal, marcam este momento histórico.







Avivamento – Os assembleianos gostam de dizer que sua igreja surgiu pela vontade de Deus, e é difícil duvidas disso. Berg e Vingren, jovens missionários suecos, encontraram-se em Chicago, nos Estados Unidos, durante uma conferência missionária. Lá, conheceram o ainda incipiente movimento pentecostal e aceitaram a obra do Espírito Santo. Entusiasmados para anunciar o Evangelho em terras longínquas, começaram então a orar buscando um rumo. Um obreiro amigo sonhou com a palavra “Pará”. A dupla descobriu que o lugar ficava no norte do Brasil; venderam o que tinham e foram para Nova Iorque, onde embarcaram num navio em direção à América do Sul. Eles desembarcaram aqui em 19 de outubro de 1910, espantados com o mundo novo dos trópicos. Sentados numa praça e observando tipos humanos por eles jamais vistos, encontraram um marinheiro crente que falava inglês. Ele os conduziu a uma Igreja Batista, onde após as apresentações, foi-lhes permitido dormir no porão do templo.



Ali mesmo a dupla pentecostal começou a realizar reuniões avivadas, onde se buscavam ardentemente milagres e manifestações espirituais. O “movimento estranho” desagradou os conservadores crentes locais, e logo os anglicanos, presbiterianos e metodistas começaram a pressionar a Igreja Batista, onde os missionários já tinham atraído uma pequena congregação. Convidados a se retirar, os dois iniciaram em 1911 um ministério itinerante, denominado Missão de Fé Apostólica. O grupo reunia-se em casas de família, como a de Celina de Albuquerque, considerada a primeira brasileira a receber a experiência do avivamento. “Não tínhamos intenção de iniciar uma nova igreja”, escreveria Vingren. “Queríamos apenas que outros experimentassem aquele poder”. Mas a obra cresceu e teve de ser organizada. Em 1918, tendo-o como pastor titular e Daniel Berg como auxiliar, surgia a Assembleia de Deus, nome que já havia sido adotado nos EUA e que faz alusão à comunhão de Deus com seu povo.



Os primeiros anos foram de dificuldades. Sob forte influência católica, o ambiente era hostil aos crentes. Mesmo assim, o trabalho no Pará cresceu e começou a espalhar congregações em outras localidades do Norte e Nordeste do país. Interessado em abrir uma igreja na então capital federal, Vingren transferiu-se para o Rio de Janeiro em 1923. Ali, alugou um salão no bairro de São Cristóvão e montou a primeira Assembleia de Deus no centro-sul do país. “A igreja no Rio de Janeiro cresceu mais que qualquer outra no Brasil”, registrou o pioneiro. Muitos membros de outras denominações, e até igrejas inteiras, agregaram-se à AD. O primeiro batismo foi realizado na Praia do Caju, zona portuária da cidade.







Vínculo fraternal – Enquanto isso, Berg seguiu para São Paulo, iniciando o trabalho na região mais industrializada e próspera do país.Pregando uma mensagem simples, obreiros sem formação teológica, mas com intenso amor pelas almas sem Cristo, firmaram as bases da Assembleia de Deus entre as pessoas mais simples, que se adaptaram melhor ali do que nas igrejas protestantes históricas. Durante muito tempo, esse apelo popular foi traço marcante da Assembleia de Deus, originando certo estereótipo de conservadorismo, reforçado pela maneira recatada com que seus membros sempre se comportaram. A primeira Convenção Geral da AD, realizada em Natal (RN) no ano de 1930, marcou a extinção formal dos vínculos com a Igreja Filadélfia, de Estocolmo (Suécia), que colaborava com o ministério enviando recursos e obreiros. A igreja assumia perfil essencialmente nacional. Àquela altura, somente a AD, além da Congregação Cristã no Brasil, adotava o pentecostalismo – e a ênfase no batismo com o Espírito Santo, anunciado como um revestimento de poder disponível a todo crente, tornou-se uma constante nos cultos assembleianos.



“Nessa época, o trabalho desenvolvido pela Assembleia de Deus já era notório e influenciava outras igrejas, num crescimento extraordinário”, atesta Manoel Ferreira, líder da Convenção Nacional de Madureira das Assembleias de Deus (Conamad), segmento que desligou-se da CGADB nos anos 1980 e hoje tem templos no Brasil e exterior. Além desses dois grandes grupos, há muitos ministérios independentes que adotam a nomenclatura Assembleia de Deus. Como não há centralização administrativa – as convenções são entidades de vínculo rnal –, cada igreja local é livre para gerir-se a si mesma. No entanto, os pastores são vinculados às Convenções Estaduais, que por sua vez integram os órgãos nacionais.



Nos últimos tempos, diferentemente do que ocorria no passado, a educação bíblica e teológica tem sido uma prioridade da AD. Essa mudança de postura, com membros e candidatos ao ministério buscando formação cada vez melhor, é expressa no crescente número de matriculados nas instituições teológicas da denominação, como o Instituto Teológico das Assembleias de Deus, a Escola de Educação Teológica das Assembleias de Deus e a Faculdade Teológica, instalada em São Paulo. A Faculdade Evangélica de Tecnologia, Ciências e Biotecnologia da CGADB (Faecad) também ministra ensino secular, servindo como importante elo da igreja com a sociedade. Por sua vez, a Casa Publicadora das Assembleias de Deus (CPAD) fornece aos fiéis e ao público cristão em geral um mix cada vez mais variado de livros, bíblias temáticas e publicações.